A identidade do homem vil de Daniel 11,21: Uma proposta
DOI:
https://doi.org/10.56487/dl.v21i3.1063Palabras clave:
Daniel − Profecía − Homem vil − Chifre pequeño − Rei do norteResumen
Daniel 11 é o cerne da profecia final que se inicia no capítulo 10 e conclui no capítulo 12.É um tipo de profecia oral, didática, entregue diretamente pelo anjo Gabriel ao profetaDaniel, e constitui a profecia mais detalhada no livro de Daniel. É reconhecido pelos estudiososque Daniel 11 é uma das passagens mais difíceis na literatura apocalíptica bíblicae que há uma considerável diversidade na interpretação dos últimos três capítulos, especialmentedo capítulo 11. Um dos aspectos envolve a própria delimitação das unidadesliterárias que compõem o capítulo 11, essencial para a interpretação dos detalhes da profecia.Neste contexto se destaca a referência ao “homem vil” do verso 21, identificado porintérpretes de diferentes tendências como Antíoco iv Epifânio e por muitos historicistascomo o imperador romano Tibério. Este artigo tem o objetivo de oferecer uma propostade identificação alternativa, embora não original, fundamentada na estrutura literária docapítulo 11, nas expressões utilizadas pelo profeta para caracterizar as ações do “vil” e nasconexões estruturais e linguísticas entre os capítulos 8 e 11. A análise permite concluir queo “vil” equivale ao “chifre pequeno” mencionado no capítulo 8.Descargas
Citas
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(Boise,ID: Pacific Press, 1996), 167.
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( Jan2020): 1. Cf. Shea, Daniel 7-12, 178; Ekkehardt Mueller, “Lessons from Daniel 11-12”,
Reflections 58 (Abril 2017): 9; Jacques B. Doukhan, Daniel 11 decoded: An exegetical, historical
and theological study (Berrien Springs,MI: Andrews University Press, 2019), 1; Gerhard Pfandl,
Daniel: God’s beloved prophet (Silver Spring,MD/Nampa, ID: Biblical Research Institute/Pacific Press Publishing, 2020), 167.
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Shea, Daniel 7-12, 187; Carlos Mora, Dios defiende a Su pueblo: comentario exegético de Daniel
al 12 (México: Adventus: Editorial Universitaria Iberoamericana, 2012), 87-92, 105.
Mora, Dios defiende a Su pueblo, 87-92, 105.
Shea, Daniel, 243-247.
Shea considera estes versos em Daniel 11 como “os mais difíceis de interpretar historicamente”,
e de que “é difícil ser definitivo” quanto a sua interpretação (ibid., 252).
Ibid., 250-257.
Ibid., 257ss.
Merling Alomía, Daniel: el profeta mesiánico, vol. 2 (Lima, PE: Ediciones Theologika, 2008),
-414.
Ibid., 414-425.
Maxwell, Uma nova era segundo as profecias de Daniel, 304-307.
Ibid., 308.
Gane, “Methodology”, 300.
Observe-se que não se encontra no v. 23 qualquer marcador textual que indique a suposta transição de Roma imperial para Roma papal. Se aceita a sugestão de transição no v. 23, então Roma
papal estaria em continuidade dinástica com Roma imperial, o que não pode ser historicamente
sustentado, a menos que se ignore o governo romano baseado em Constantinopla. Além disso,
a criação do sacro Império romano, no Natal do ano 800AD, estaria em continuidade dinástica
com o antigo Império romano? Neste caso, onde se enquadraria Roma papal? Ou o sacro Império romano deveria ser considerado uma ruptura?
Gane, “Methodology”, 300-301, 320, 321. Com respeito às cruzadas, Ángel M. Rodríguez observa: “Que fique claro que encontrar as Cruzadas em Daniel 11 está longe de ser certo e os
intérpretes adventistas de Daniel 11 ainda estão debatendo o assunto” (Daniel 11 and the Islam
interpretation, 30).
Elias Brasil de Souza, O livro de Daniel, uma profecia para nosso tempo, trad. por Delmar Freire
(Tatuí,BR: Casa Publicadora Brasileira, 2019), 109.
Carol A. Newsom e Brennan W. Breed, Daniel: a commentary (Louisville, KY: Westminster
John Knox Press, 2014), 336. Tão precisa é a descrição histórica na profecia de Daniel 11 que
estudiosos críticos argumentam que o autor deve ter extraído sua detalhada informação das interações política e militar de Selêucidas e Ptolomeus de fontes históricas externas. Cf.Newsom
e Breed, Daniel, 336; Uriel Rappaport, “Apocalyptic vision and preservation of historical memory”, Journal for the Study of Judaism23 (1992): 217-226; Benjamin Scolnic, “Is Daniel 11:1-
based on a Ptolemaic narrative?”, Journal for the Study of Judaism45 (2014): 157-184.
Adaptado de Hans K. LaRondelle, “The historicist method in Adventist interpretation”, Spes
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Richard M. Davidson, “Historical-grammatical interpretation of Scripture”, Perspective Digest 15, n.°3 (2010): 29-30.
Gane, “Methodology”, 298.
Ernest C. Lucas, Daniel, vol. 20, Apollos Old Testament Commentary, ed. por David W. Baker
& Gordon J. Wenham (Downers Grove,IL: InterVarsity Press, 2002), 265. Cf. Tamar Zewi,
“The particles ה ִנ ֵהּ and ו ְה ִנ ֵהּ in Biblical Hebrew”, Hebrew Studies37 (1996): 21-37, esp. p.34. Ver
também o estudo de C. H. J. Van der Merwe, “A cognitive linguistic perspective on הנה in the
Pentateuch, Joshua, Judges, and Ruth”, Hebrew Studies48 (2007): 101-140, e referências na nota3.
Andre A. LaCocque, com prefácio de Paul Ricoeur, The Book of Daniel, 2.a
ed. (Eugene,OR:
Cascade Books, 2018), 286.
Ibid.
“Daniel 11: 5-19 é uma seção contínua que prevê detalhes da interação entre membros de duas
dinastias das divisões norte e sul do império do ‘poderoso rei’ que segue a Pérsia (cf. vv. 2-4).”
Cf. Gane, “Methodology”, 299-300.
Mora, Dios defiende a Su pueblo, 17.
Gane, “Methodology”, 300.
Cf. Zdravko Stefanovic, Daniel: Wisdom to the wise; Commentary on the Book of Daniel (Nampa, ID: Pacific Press, 2007), 407; Mora, Dios defiende a Su pueblo, 17; Lucas, Daniel, 264, 265.
Stefanovic, Daniel, 396. William Shea inicia a seção no verso 23 e a considera a mais problemática de todo o capítulo 11 e que tem desafiado os intérpretes no decorrer dos séculos (Daniel 7-12,
. Ver também Alomía, Daniel, 414.
Cf. outras propostas em Jacques Doukhan, Daniel: The vision of the end, ed. rev. (Berrien
Springs,MI: Andrews University Press, 1987), 80ss; Daniel 11 decoded, 68ss; Stefanovic,
Daniel, 396; Mora, Dios defiende a Su pueblo, 17; Gane, “Methodology.”, 299-300.
Ver nota 31.
Brasil de Souza, O livro de Daniel, 108-109.
Collins, Daniel, 377; C. L. Seow, Daniel, Apollos Westminster Bible Companion, ed. por Patrick D. Miller e David L. Bartlett (Louisville,KY: Westminster/John Knox, 2003), 158; Tim
Meadowcroft, “Who are the Princes of Persia and Greece (Daniel 10)? Pointers towards the
danielic vision of earth and heaven”, Journal for the Study of the Old Testament 29, n.°1 (2004):
-107; John E. Goldingay (Daniel, word biblical commentary [Dallas,TX: Word, 1989], 283)
afirma que o capítulo 8 de Daniel tem pontos de contato mais detalhados com a profecia final.
Thomas “Bishop” Newton, Dissertations on the prophecies, which have remarkably been fulfilled,
and at this time are fulfilling in the world, vol. 1 (New York: William Durell, 1794), 316.
Newsom e Breed, Daniel, 327
Amy C. Merrill Willis, Dissonance and the drama of divine sovereignty in the book of Daniel (New
York: T&TClark International, 2010), 159, nota 28.
Os paralelos são elaborados por Willis, Dissonance and the drama of divine sovereignty in the
book of Daniel, 159, nota 28; Doukhan, Daniel 11 decoded, 28ss; entre outros.
“Esplendor”, “ornamento”. O melhor em termos de esplendor e honra é conhecido como belo
ou glorioso: a terra prometida (Ez 20,6.15; Dn11,16.41), o monte do templo (Dn11,45), as
cidades estratégicas de Moabe (Ez 25,9). J.E.Hartley, “י ֖ ִב ְצּ“, em R. L. Harris, G. L. Archer, Jr. e B.
K. Waltke, eds., Theological wordbook of the Old Testament (electronic ed.) (Chicago,IL: Moody
Press, 1999), 751.
Deve ser destacado, porém, que não é uma aplicação exclusiva, pois até Babilônia é assim descrita
(Is 13,19).
Archer, “Daniel”, 148.
Cf. Mora, Dios defiende a Su pueblo, 177-178.
Uriah Smith, The prophecies of Daniel and the Revelation, ed. rev. (Nashville,TN: Southern Publishing Association, 1944), 246; Nichol, Comentário bíblico adventista do sétimo dia, 4:959;
Maxwell, Uma nova era segundo as profecias de Daniel, 307; Frank W. Hardy, “An historicist
perspective on Daniel 11” (dissertação de mestrado, Andrews University, 1983), 133-134.
Shea, Daniel, 244.
Ibid., 243.
Ibid. A interpretação apresentada até o fim do parágrafo é a proposta de Shea. Cf. Daniel,
-246; Daniel 7-12, 187-190.
Maxwell adota uma posição diferente, visto que considera Roma imperial somente até o v. 20.
Cf. Maxwell, Uma nova era segundo as profecias de Daniel, 307.
Doukhan, Daniel 11 decoded, 78-79. Deve ser observado que a primeira ocorrência da expressão
“fará o que bem quiser” (v. 3) é precedida do verbo “levantar” (Heb. ד ֖ ַמ ָע(, indicando o levantamento de um novo poder no contexto das disputas pelo controle geopolítico da região. No v. 16
o verbo ד ֖ ַמ ָע não é utilizado com esta conotação.
Gane, “Methodology”, 304.
Ibid.
Newsom e Breed, Daniel, 345.
Gane, “Methodology”, 304.
Newsom e Breed, Daniel, 345
Lucas, Daniel, 282.
Martin Hengel, Judentum und Hellenismus, 20, 21, cit. por Alomía, Daniel, 407.
Alomía, Daniel, 407, nota 223.
Gane, “Methodology”, 300-301. A frase וֹנּ ַכּל־ ַע ד ַמ ָוע aparece no v. 38, mas em um contexto
diferente, concernente a deuses, antes que a governantes (ibid., nota 12).
Shea, Daniel, 246. Cf. Alomía, Daniel, 412.
Pfandl, Daniel: God’s beloved prophet, 170
Embora o significado básico do verbo ק ַז ָח seja “ser/tornar-se forte”, no Hifil desenvolve significados especializados, que é o caso no v. 21, daí a tradução “tomar”. Cf. Hesse, ק ַז ָח, em Theological dictionary of the Old Testament, vol. 4, ed. por G. Johannes Botterweck e Helmer Ringgren
(Grand Rapids, MI/Cambridge, GB: Eerdmans), 301ss.
Ibid., 301.
S. P. Tregelles, Remarks on the prophetic visions in the book of Daniel (Plymouth, GB: Tract Depot, 1847), 101, 108, 110. Cf. proposta estrutural semelhante, que entende os versos 21-45 como
uma unidade literária, em J. A. Montgomery, A critical and exegetical commentary on the book
of Daniel. Includes indexes (New York: Charles Scribner’s Sons, 1927), 420. Entretanto, não
seguimos a sua interpretação, que identifica o personagem aqui mencionado como Antíoco iv.
R. Jamieson, A. R. Fausset e D. Brown, A commentary, critical and explanatory, on the Old and
New Testaments, On spine: Critical and explanatory commentary (Dn 11:23) (Oak Harbor,
WA: Logos Research Systems, Inc., 1997).
Shea, Daniel 7-12, 214; Mora, Dios defiende a Su pueblo, 64.
Gane, “Methodology”, 300.
O verbo aparece no v. 31, mas, conforme argumentamos, ainda faz referência às ações do mesmo
sujeito.
Gane, “Methodology”, 301.
Goldingay, Daniel, 299; Lucas, Daniel, 283; Newsom e Breed, Daniel, 346; entre outros.
Warren W. Wiersbe, Be resolute (Colorado Springs, CO: Victor, 2000), 136; Desmond Ford,
Daniel (Nashville,TN: Southern Publ. Assn., 1978), 266-267; Andrew Steinmann, Daniel,
Concordia Commentary (Saint Louis,MO: Concordia Pub. House, 2008), 486.
Smith, Daniel and the Revelation, 255; Shea, Daniel, 246; Alomía, Daniel, 412; Ekkehardt
Mueller, “Lessons from Daniel 11-12”, 9.
Cf. Smith, Daniel and the Revelation, 255-256. Todo o restante da argumentação é apresentado
por Smith, a quem referimos o leitor.
Citado por Smith, Daniel and the Revelation, 256.
Ibid.
Shea, Daniel, 247
Alomía, Daniel, 414.
Gane, “Methodology”, 306. Cf. Doukhan, Daniel 11 decoded, 138.
Dio, Roman history 55.13.1, citado por Jack Finegan, Handbook of biblical chronology: Principles of time reckoning in the ancient world and problems of chronology in the Bible, ed. rev.
(Peabody,MA: Hendrickson Publishers, Inc., 1998/First edition Princeton University Press,
, 330.
Albino Garzetti, From Tiberius to the Antonines: A history of the Roman Empire AD 14-192
(New York: Routledge, 2014), 12. À página 6, Garzeti apresenta duas razões que justificavam a
escolha de Tibério: (1)ele já governava o império junto com Augusto; e (2) objetivamente, não
havia melhor candidato para a sucessão imperial. Ver também Eleanor Cowan, “Tiberius and
Augustus in Tiberian sources”, Historia: Zeitschrift für Alte Geschichte 58, n.° 4 (2009): 468-485.
Gane, “Methodology”, 318.
Este elemento de continuidade é a frase “depois se levantará em seu lugar”
Stefanovic, Daniel, 407.
O substantivo “homem”, ou qualquer outro utilizado em uma versão diferente, não consta do
Texto Massorético, tendo sido suprido pelos tradutores. Alguns exemplos de tradução: “um miserável” (Bíblia de Jerusalém), “uma criatura vil” (Knox), “criatura desprezível” (Moffat e Revised English Bible). Cf. R. Péter-Contesse e J. Ellington, A handbook on the book of Daniel, UBS
handbook series; Helps for translators (New York: United Bible Societies, 1993), 300.
F. Brown, S. R. Driver e C. A. Briggs, Enhanced brown-driver-briggs Hebrew and English lexicon,
Strong’s, TWOT, and GK references (electronic ed.) (Oak Harbor, WA: Logos Research Systems, 2000), 102.
Cf. Mora, Dios defiende a Su pueblo, 102.
Ibid., 105.
Também pode ser entendido como “inesperadamente” (Péter-Contesse e Ellington, A handbook
on the Book of Daniel, 300).
Mark A. Hassler, “The identity of the little horn in Daniel 8: Antiochus iv Epiphanes, Rome or
the Antichrist?”, The Master’s Seminary Journal 27, n.° 1 (primavera 2016): 42 (33-44).
De acordo com um estudioso, o rei mencionado nos versos 36-39 “não pode se referir a Antíoco
porque seus benefícios a vários cultos contradizem o que é dito sobre a religião do rei do Norte.
Estas dádivas mostram que, em contraste com o que é dito sobre o rei nos versos 37-38, Antíoco honrou os deuses ancestrais e que ele não honrou um deus das fortalezas em lugar deles.”
Cf. Mark Mercer, “The benefactions of Antiochus iv Epiphanes and Dan 11:37-38: An exegetical note”, The Master’s Seminary Journal 12, n.° 1 (primavera 2001): 89-93.
Stefanovic, Daniel, 408.
Mora, Dios defiende a Su pueblo, 130.
Ibid
O uso da expressão não denota “discursos suaves ou palavras lisonjeiras meramente, mas palavras
e ações dissimuladas, uma influência hipócrita e enganadora em palavras e atos” ( J. P. Lange et
al., A commentary on the Holy Scriptures: Daniel [Bellingham,WA: Logos Research Systems,
Inc., 2008], 247).
Brown, Driver e Briggs, Enhanced brown-driver-briggs Hebrew and English lexicon, 325.
Péter-Contesse e Ellington, A handbook on the book of Daniel, 300.
Outra ocorrência encontra-se no v. 34, indicando uma estratégia do mal contra os “sábios”, o
“povo que conhece ao seu Deus” (v. 33 e 32). Neste caso temos uma união de pessoas ímpias com
o povo de Deus, utilizando “as artimanhas” empregadas pelo papado para conquistar o poder
político (11,21) e religioso (11,32). Cf. Mora, Dios defiende a Su pueblo, 152.
O termo para santuário, neste caso, é שׁ ָדּ ְק ִמ, o mesmo usado em Daniel 8,11, onde é descrito
como objeto dos ataques do chifre pequeno.
Os dois substantivos, “santuário” e “fortaleza”, estão em aposição. Esta construção caracteriza
uma figura de linguagem conhecida como hendíadis, em que um substantivo identifica o outro:
o “santuário fortaleza”. Em tempos de guerra, as dependências do santuário poderiam ser usadas como refúgio. Cf. H. J. Zobel, “ַוזֹע ָמּ māʿôz”, em Theological dictionary of the Old Testament,
vol. 8, ed. por G. Johannes Botterweck, Helmer Ringgren, e Heinz-Josef Fabry (Grand Rapids,MI/Cambridge,GB: Eerdmans), 447.
Deve ser lembrado que o original diz יד ִ֔מ ָתּ ַה, e que a palavra “sacrifício” foi acrescentada pelos
tradutores.
Mueller, “Lessons from Daniel 11-12”, 10.
Cf. Tregelles, Remarks on the prophetic visions in the book of Daniel, 54; Boutflower, In and
around the book of Daniel, 224-225; Doukhan, Segredos de Daniel: Sabedoria e sonhos de um
príncipe no exílio (Tatuí, BR: Casa Publicadora Brasileira, 2018), 169; Stefanovic, Daniel, 406ss;
Gane, “Methodology”, 298; Hassler, “The identity of the little horn in Daniel 8”, 42-43.
Hassler, “The identity of the little horn in Daniel 8”, 42.
Doukhan, Daniel 11 decoded, 136-137. Cf. Thiele, Outline studies in Daniel, 122. Citado por
Pfandl, Daniel, 168 (cf.nota 17 na p. 178); Maxwell, Uma nova era segundo as profecias de Daniel, 308; Mora, Dios defiende a Su pueblo, 105.
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